O Muro dos Sonhos Partidos.

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Tijolo por tijolo, colando com cimento bem forte, ergui um muro. Alto e sisudo. Cinza e melancólico. Precisava de um lugar que suportasse o peso dos meus sonhos partidos que preguei com ferro frio nesse muro. Cada batida do martelo era acompanhada de uma lágrima salgada. Um sonho a mais na parede, um sonho a menos na realidade.
- Porque pregos tão duros e profundos para segurar algo tão frágil?
- É só mais uma garantia de que dali nunca saiam.
Como se o fato de estarem alí guardados, esquecidos e multilados não fosse o suficiente para findar qualquer chance de voarem em liberdade.
- Mas quem sabe um dia...
- Não! Estão nessa parede para serem protegidos de serem enterrados. Muitos ja tentáram destruí-los, então prefiro escondê-los e preservalos. Mesmo que eu saiba que do Muro dos Sonhos Partidos eles nunca escaparão é a única e melancólica maneira de mantê-los vivos a salvo dos assassinos.
E quem sabe um dia... Bom, prefiro não me enganar. Sei que os sonhos partidos nunca vão se realizar.                                    

  (Autor não identificado)

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